terça-feira, abril 27, 2004

"Você precisa se impor."

Em outras palavras, "você precisa deixar de ser idiota".

Tabefe by meu Tio Olympio.

sexta-feira, abril 23, 2004

Nossa, vocês não tem idéia da minha felicidade! Estava conversando com a Rhanna e descobri que existe outro ser humano como eu na Terra! Tinha vergonha de falar sobre isso há até poucas horas atrás, mas agora tudo mudou!

Desde pequena eu nutro uma paixão irracional por cosméticos. Aos 7 anos de idade, comecei a usar o "Renew para Colo e Pescoço" da minha mãe, até que ela descobriu e escondeu. Mais tarde, aos 11, mais ou menos, usei um creme caríssimo da Helena Rubenstein anti-celulite que ela tinha comprado. Valeu a pena, estou livre daqueles furinhos malditos até hoje. Agora só falta inventarem alguma coisa para apagar as minhas estrias!

À medida que eu crescia, minha obsessão ia aumentando. Hoje eu tenho que ter pelo menos dois shampoos abertos (um profissional, outro normal), dois cremes de hidratação para o cabelo diferentes, silicone para as pontas e um par de cremes para pentear (atualmente, prefiro um anti-frizz que a minha irmã comprou).

Para a pele, uso o dermotivin (que o dermatologista recomendou) e um conjunto de esfoliante e adstringente da L'oreal. Tenho também um gel para secar as espinhas da Clean&Clear. Volta e meia, uso máscaras anti-oleosidade da Avon. Sabonete, só dove. Costumo massegear a pele com uma esponja natural esfoliante diaramente. Tenho um hidratante para o corpo, outro para as mãos e outro para a região dos olhos.

Se sai algum shampoo novo para cabelos cacheados, eu compro. Se o cabeleireiro me recomenda bater a cabeça na parede três vezes por dia usando um produto tal, eu compro a porcaria do produto e bato a cabeça como ele mandou.

Sou louca por maquiagem, passo mal toda vez em que chega um catálogo da Avon aqui em casa. É tão difícil não poder comprar tudo! Falando nisso, não comprem make up na boticário. O lápis é seco e quebra todo; o batom mela e sai fácil. Prefira Avon ou, se quiser economizar, tente os produtos Elke (por incrível que pareça, são bons).

Porra, lendo esse post vocês vão pensar que eu sou a protagonista de "As Patricinhas de Bervely Hills". Não, eu não sou!!! Sou uma menina super normal, pequenininha, não chamo atenção nem se me pintar de vermelho e sair pelada na rua! Não uso roupas caras, nem abuso do rosa. Meu lado perua se concentrou todo nessa loucura por cremes e pintura.

Poxa, Rhanna! Brigada por me fazer sentir normal de novo! Estou tão feliz! É ótimo saber que eu vou ter com quem conversar da próxima vez em que um produto revolucionário com micro-partículas-super-ativas for lançado!

sábado, abril 17, 2004

Desde que eu perdi uma amizade por causa da minha personalidade explosiva, eu evoluí bastante. Aprendi a ser mais compreensiva, ouvir mais as pessoas, não dar importância ao que é dito no calor de horas difíceis e a tentar ser sempre o mais gentil possível.

Hoje em dia, sinto até um certo prazer em exercer funções diplomáticas em meio a uma confusão. Deixo muito clara a minha opinião sobre o ocorrido, mas procuro estar sempre aberta a conversar e ouvir os outros mil lados da história.

Nesses anos de vida, entendi que tomar as dores dos outros não leva a nada, em absoluto. Porque 'os outros' se acertam e você fica com cara de pastel. Não deixo mais de me aproximar de uma pessoa porque disseram que ela é isso ou aquilo. Já devo ter me privado de muitas boas amizades por causa de fofocas ridículas e não pretendo repetir esse erro.

Não acho que sinceridade é cuspir suas verdades na cara dos outros. Sinceridade é agir de acordo com seus princípios e é claro, se ater à verdade. Não digo que odeio quem amo, nem vice versa. Mas não taco pedra em quem não gosto. Todo mundo merece respeito e a minha opinião sobre o que quer que seja não é única, nem definitiva. Por isso, é melhor guardá-la a não ser que ela seja requerida.

Eu juro, juro que me esforço para ser uma amiga legal e uma conhecida simpática. Juro que nos momentos de crise em que todos querem desabafar sem se importar com o que quem ouve sente, eu faço de tudo para ficar numa boa e ser compreensiva.

Mas que às vezes dá vontade de mandar algumas pessoas tomarem no cu bem forte três vezes, puta que pariu, como dá!!!!

segunda-feira, abril 12, 2004

Jureba (meu macho) tem mania de dizer que não consegue achar mulher cachorra bonita. A Juliana Paes, por exemplo, ele diz que é uma ordinária. A Daniela Cicarelli, ele acha esquisita, cretina e sem assunto.

Eu costumava acreditar nesses motivos transcendentais dele para ver beleza, até o glorioso dia em que a máscara caiu. Estávamos na locadora, escolhendo uns filmes para o fim de semana, quando lá vem Jureba todo feliz com "Queridinhos da América" na mão. Eu perguntei por que diabos ele queria assistir um filme tão explicitamente idiota, ele chiou. Disse que devia ser ótimo, engraçado, que queria ver. Locamos. No carro, o debate sobre o filme ruim continuou.

Helena: Ainda não acredito que a gente pegou esse filme. Não tem motivo. Se pelo menos você achasse a Julia Roberts bonita... A Catherine-Zeta Jones, então, você deve odiar...
Jureba Totalmente Indignado: Por quê???????
Helena: Como "por quê"??? Ela só faz papel de descarada!!!! Lembra o último filme que a gente viu em que ela casava por dinheiro???
Jureba Pensativo: É mesmo... cachorrona...
Helena: Então, você não acha ela nojenta?
Jureba Apaixonado: Ah... mas ela.... poxa, ela não... Ela é tão bonita.....
Helena: O_O

Eu mereço.


p.s.: Apesar dessa paixão pela Catherine, o verdadeiro grande amor Hollywoodiano do meu namorado é a Charlize Theron.

quarta-feira, abril 07, 2004

Eu não sei precisar se o que eu vou falar nesse post é uma característica mineira e nordestina, ou se vale para todo tipo de interiorano brasileiro. Da minha parte, tenho a impressão que essa coisa existe por todo o país, mas é mais forte aqui no Nordeste e nas Gerais.

O que tento explicar não é algo concreto. É a capacidade de transformar um fato comum numa saga fantástica, de proporções, às vezes, mitológicas. No Sertão, Agreste e Recôncavo, parece que as pessoas nascem com o dom de conhecer a maneira mais interessante de se contar uma história. Não é fácil. Primeiro, deve-se ter um bom vocabulário. Em seguida, é preciso tecer o enredo com bastante técnica e aprumo. No arremate, muita mágica e generosas doses de sinceridade no falar.

Talvez vocês não estejam entendendo a que eu refiro. Vou tentar esclarecer falando do meu avô Pedro.

Ainda tenho muito fresca na memória a imagem do pai do meu pai: um senhor esbelto, perfumado, bem vestido, e incrivelmente elegante, mesmo no alto dos seus 90 anos. Para mim, um vovô charmoso e simples, que sentia muita saudade da esposa morta e cuidava carinhosamente de seus passarinhos. O Pedro que conheci pela convivência era amável e melancólico; o Pedro que conheço pelas histórias é um herói galante e cheio de nobreza.

Conta-se que, em sua juventude, meu avô tinha uma tropa de burros para aluguel e viajava com ela por toda a Bahia. Quando ele chegava numa cidade, a tropa se perfilava, para que o "comandante" passasse em revista. Segundo a história, à medida que o elegante cavalheiro passava por eles, os burros abaixavam a cabeça, num sinal de reverência e vassalagem, causando furor e admiração entre os habitantes do lugar. Também se diz que, no dia do casamento de Pedro Serra, uma procissão de mulheres ciumentas marchou diante da casa da noiva cantando "quero ver quem pode mais...".

Não são velhos malucos que me contam isso em tom de brincadeira. São os parentes diretos de Seu Pedro, cheios de emoção ao lembrar dele. E de todos os meus familiares por parte de pai, eu só tenho esse tipo de notícia. Não são relatos precisos e corretos. São histórias inverossímeis e cheias de encanto, contadas por quem tem maestria em fazê-lo. Gente dessa arte é muito mais criativa e deliciosa que cem livros de Tolkien e mil filmes de Spielberg.

E todo esse post foi consequência de uma só obra: "O Coronel e o Lobisomem" de José Cândido de Carvalho. Um livro que foi presente do meu namorado e que me fez sentir em casa.

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Não tem jeito! Eu vou ter que dedicar esses escritos a um blogueiro que certamente compartilha do meu orgulho de ser Nordestina, Seu Manoel Carlos, popularmente conhecido como Agrestino.
Ainda sobre amizades.

Só queria explicar algumas coisas que geraram comentários no último post. Mesmo magoada com a indiferença, eu não deixo de procurar meus amigos. Amizades não são um luxo, minha felicidade depende delas. Sou muito fechada; meus amigos e o meu amor são meus contatos com o mundo.

Como eu disse antes, às vezes é chato ser a única a ligar, a querer ver. Eu fico na dúvida se estou sendo incoveniente, se a pessoa quer falar comigo. Vejam por exemplo, o clássico caso de Carol, uma grande amiga que se mudou para Fortaleza há mais de cinco anos. Todas as vezes em que nos falamos desde que ela viajou, foi por iniciativa minha. Eu adoro ela, queria muito ligar para dizer que agora somos colegas de profissão (ela já deve estar se formando em psicologia), mas é foda! Sempre que eu telefonava, ela pedia meu número, anotava a data do meu aniversário e nunca, nem uma vez sequer, retornou a ligação. Será que vale a pena continuar correndo atrás?

Eu me esforço para falar com as baixinhas (minhas 3 amigas mais próximas) pelo menos uma vez a cada duas semana. Por incrível que pareça, a baixita que eu mais encontro está fazendo faculdade em outra cidade e só vem para Salvador nos fins de semana. Meus outros grandes amigos (Mary Fê, Ciu, Quinhal, Ilo, João) têm um costume muito maior de telefonar, mandar e-mail e chamar para sair. Vai entender.

Também é terrível marcar um encontro, planejar tudo nos mínimos detalhes, pra todo furar em cima da hora. Na tentativa de me chatear menos, deixei de organizar saídas. Eu agora mando mensagens para o celular do povo avisando que eu vou estar em tal lugar, tal dia. Assim, eu não espero que apareçam e, como ninguém nunca aparece mesmo, não levo sustos. É muito melhor do que combinar e levar um bolo.

Quanto aos colegas da faculdade, eu não espero que eles sejam as melhores pessoas do mundo. Só quero conhecer gente, pura e simplesmente. Sem contar que, quando o curso começar, eu vou ter muito menos tempo para sentir saudade (assim espero).

Ai. Mudando um pouco de assunto (mas nem tanto), queria grana para ir ao EIRPG ver meus amigos de Sampa...

segunda-feira, abril 05, 2004

A última semana foi muito sofrida. Eu estava me sentindo sozinha no mundo. Com saudade dos meus amigos. Triste pela distância deles (que também é culpa minha). Cheguei ao ponto de escrever uma carta depressiva para uma amiga que está no exterior. Mas um telefonema mudou tudo.

Na quinta-feita, uma pessoa muito querida ligou dizendo que precisava conversar. Falou de um assunto super delicado. E eu fui a única a ficar sabendo. Graças a Deus, tudo se resolveu para ele da melhor maneira possível. Como um conto de fadas.

Por essas ironias loucas do destino, o problema do meu amigo foi a solução para mim. A confiança e o carinho que ele demonstrou me fizeram acreditar que talvez eu não seja uma amiga tão ruim quanto vinha me julgando. E isso me fez tão bem...

Mas, não vou negar, se meus amigos me procurassem mais e se esfoçassem de verdade para aparecer nas reuniões que eu (quase invariavelmente) organizo, eu seria uma pessoa muito mais feliz.

Caramba. Mal posso esperar para a faculdade começar. Preciso conhecer gente URGENTE.

sexta-feira, abril 02, 2004

João: Você viu "A Paixão"???
Helena: Vi!!
João: Que desgraça de filme é aquele?????
Helena: Você não gostou?
João: Gostei, mas, porra... é violento pra caralho!!!
Helena: Pode crer. Eu sou fã de filme de terror, mas acho que nunca vi nada mais violento que "A Paixão". "Sexta-Feira 13" não chega nem perto.
João: Porra! É que filme de terror é mal feito! E naquele filme é tudo bem feito pra caralho! Você vê tudo rasgando... Que porra é aquela?
Helena: Pois é. Eu acho que Jesus foi o homem com mais litros de sangue no corpo que já existiu. Se bem que ele nem era homem. Quer dizer, era sim. Ah, sei lá.
João: E a força do cara??? Levou porrada feito a porra, chibatada, aquele troço que tinha ferro na ponta... Depois saiu carregando aquela cruz gigantesca um tempão..
Helena: É, o cara era macho. Mas eu fiquei agoniada parte da Via Crucis. Chegou uma hora em que eu disse a Jureba que se Cristo caísse mais uma vez eu ia embora. E ele não caiu mais. Foi milagre.
João: É mesmo, nessa parte ele fica caindo toda hora...
Helena: Um saco.
João: O mais foda é que ele só morreu quando quis! Aliás, aquela morte estava nojenta!
Helena: Aquilo era o diabo, João!
João: Morte, diabo é tudo a mesma coisa!
Helena: Você é doido.
João: É muito culhuda (= mentira).
Helena: Não é culhuda, João! É religião! Tenha respeito, rapaz!

p.s.: Existe alguma coisa mais linda que a Nona Sinfonia de Beethoven?