sábado, outubro 07, 2006

História de uma Gata

Eu falo com todos os bichos. Cumprimento cachorros, tento fazer carinho em animais de rua, jogo beijo pra passarinhos, digo 'oi' pra lagartixas, entre outros. Normalmente, Jureba se irrita comigo por causa dessas manias. Ele não entende o que leva um ser humano a pronunciar o nome de todo o bicho que vê com voz de bebê, nem a querer descer do carro para falar com algum em especial (ex.: bullterriers, cabras, labradores, vacas, cavalos, etc). Sei que ele fica com muita raiva toda vez que encontramos filhotes de qualquer espécie (inclusive a humana) e eu me recuso a ir embora por horas, mas acho que isso não o irrita tanto quanto eu deixar os ratos do laboratório de psicologia me morderem...

Tendo em vista essa paixão desenfreada, não será grande surpresa para os que me conhecem se eu eleger como o melhor evento de 2006 o tempo em que Ana Paula morou comigo. Ana Paula é uma gatinha que encontrei na faculdade e trouxe pra casa com o objetivo de levar ao abrigo São Francisco. Acontece que, na época, uma epidemia bacteriana qualquer estava dizimando os animais hospedados e o rapaz com quem falei anunciou que, se eu a levasse para lá, ela fatalmente morreria. Acabei tendo que correr atrás de um novo dono e, finalmente, Ana Paula, que agora se chama Soja, ganhou uma família maravilhosa. Antes de se mudar, porém, ela passou três semanas sendo não apenas a minha filhinha caçula, mas a alegria da casa. Carinhosa, meiga, hiperativa e extremamente inteligente, Ana conquistou o coração de quase todos da casa - apesar de eu, meu pai, Jureba e Bina termos desejado o contrário, minha mãe não permitiu que ela ficasse. Já fazem quatro meses que ela foi embora, mas eu ainda sonho com a pequena todas as semanas. Pode?

Não foi só Ana Paula que eu "perdi" esse ano. Loirinho, labrador amarelo do meu tio que eu amava muito, morreu envenenado (dei o nome dele ao meu baixo). Cookie (também conhecida como "o cachorro da cabeça pequena"), uma das cadelinhas que morava no campus em que estudo, morreu semana passada por razões desconhecidas. Paola, pequinês da avó do meu namorado a quem me apeguei bastante no período em que estive em Campina Grande, morreu de doença do carrapato.

Graças a Deus, Tico e Chá estão bem. E esse post é só pra tirar o blog das trevas e lembrar a todos que eu existo.