quarta-feira, março 28, 2007

Minuto de Sabedoria

Primeiro, cê pega as feinhas. Depois, as marromenos. Só depois é que cê pega as bonitinhas. Cê já nasceu falando e andando, é? Na vida a gente aprende tudo, porra!

Fragmento de diálogo cobrador/passageiro em um Daniel Lisboa. Porque no fundo de cada baiano existe um filósofo (lá ele).

sexta-feira, março 23, 2007

Meus olhos castanhos

Não sei nos outros lugares do Brasil, mas aqui em Salvador, como a população "afro-aparente" é grande e o movimento negro, forte, discriminação racial é um assunto recorrente, em especial no contexto acadêmico (que me desculpem os adeptos, mas falar em afro-descendentes na Bahia é falta de noção). Com a implantação do sistema de cotas, então, discussões sobre etnia e status viraram uma praga - é um debate necessário, obviamente, mas que deu no saco, deu. -_-

Eu na condição de borboleta multiétnica descendente de índios, judeus, italianos e, é claro, negros, sinceramente acho que boa parte do que se diz nesses contextos é besteira. Li outro dia, por exemplo, que a tendência dos "miscigenados" de não se reconhecerem como negros é uma forma de discriminação. Mas, porra, numa boa, qual o sentido de uma criatura da minha cor sair na rua dizendo que é preta? Geneticamente sou negra, sim, mas não só isso (geneticamente sou coisa pra cacete, aliás)! E dizer que sou negra simplesmente é uma falta de respeito não só com meus antepassados coloridos, mas com todas as pessoas "explicitamente" negras (coisa que eu quase não sou) e que são discriminadas por isso.

Eu sou da turma que acha que a segreção social no Brasil é muito pior do que a racial. Não que o preconceito racial não exista - longe disso - mas ainda acho que, por aqui, ser pobre é muito "pior" do que ser preto. Acredito que todas essas medidas reparativas, ou sei lá como se chamam as cotas, deviam ser direcionadas aos alunos de baixa renda provenientes da rede pública de ensino. Racismo tem que ser combatido sim, mas através da educação, da formação de cidadãos conscientes. Responder na mesma moeda, além de estar fora de moda, é historicamente ineficaz. Ou assim eu penso.

segunda-feira, março 19, 2007

Nem tudo passa

Um dos meus maiores traumas de infância era a famigerada hora do recreio. Não porque os coleguinhas me abusavam ou roubavam meu lanche. Aliás, se tinha uma coisa que ninguém queria era meu lanche...

É o seguinte, apesar de não admitirem, meus pais têm fortes tendências hippies e desde o tempo em que a alimentação saudável não existia, minha mãe já era encanada com isso. Aqui em casa sempre teve arroz integral, refrigerante foi proibido até os meus 10 anos (e só liberado pros fins de semana) e no mercado do mês eu e minha irmã só tinhamos direito a escolher uma guloseima junkie.

Voltando ao pátio da escola, enquanto todos os meus colegas se deliciavam com salgadinhos cheetos, pizzas, pirulitos, empadinhas, balas, pãezinhos, brigadeiros, coxinhas, meu lanche era uma caixinha de uva passa. Uva passa! Uva paaaaaaaaaaaassa!!!!!!!!!!!!!!!!

Mas por incrível que pareça esse não é um post de revolta, é de agradecimento. Graças aos hábitos alimentares semi-naturebas que mamãe me impôs, tenho um intestino exemplar que funciona de duas a três vezes por dia e nem imagino o que seja uma prisão de ventre. Parece pouco, mas quando falo isso pras pessoas que não fazem cocô, elas choram de inveja.

Ainda assim, eu odeio, odeio, ODEIO uva passa.

segunda-feira, março 12, 2007

O tal auto-conhecimento

Na última aula prática de técnicas de exame psicológicos 2 fizemos uma técnica projetiva - cada aluno desenhou livremente em uma folha em branco, depois escreveu uma história sobre seu desenho e, no final, escolheu uma dupla pra "trocar interpretações". Claro que escolhi como meu psicólogo-por-um-dia um dos caras mais competentes da faculdade que, não por acaso, é meuamigoqueridocoisamaisfofadomundo.

Apesar de eu não ser uma grande fã das técnicas projetivas em geral, Foi muito gostoso passar pela experiência de viver uma, ainda mais quando o co-intérprete da parada era alguém que me conhece bem. Deu pra ver o quanto eu sou familiocêntrica, escrava das aparências e intimamente melancólica (sem nunca perder a ternura).

Não descobri nada que não soubesse, mas me senti aliviada em ver que existem pessoas capazes de enxergar além da minha carcaça colorida. Nada não - quando escolhi ser demo, sabia que seria mal compreendida (faz parte do pacote).

segunda-feira, março 05, 2007

Top 5 coisas que me irrritam profundamente

5. Criaturas que fazem psicologia para aumentar seu "auto-conhecimento".
(poupe seus colegas da encheção de saco e vá fazer uma análise: é mais rápido e mais barato que uma faculdade)

4. Quem coloca pouco silicone no peito pra ficar "discreto".
(se quer ficar discreta, fica sem peito mesmo!)

3. Inimigos vorazes da ciência e da tecnologia que defendem a volta à savana.
(ah, man, sou uma das pessoas mais ecologicamente corretas que eu conheço, mas achar que o caminho pra salvar o planeta é queimar os cientistas na fogueira is so last millenium...)

2. Pessoas que, quando descobrem que eu estudo psicologia, falam coisas do tipo "se eu não fizesse o que faço, faria psicologia, acho suuuuuper interessante".
(cara, por que é que 80% da humanidade me diz isso??? psicologia não é hobbie, é ciênciaaaaaaaa!!!)

1. Gente que se diz livre de preconceito sendo descaradamente preconceituoso.
(aaaah, como eu odeeeeeeeeeio ver gente que assume a postura de alternativo-que-ama-a-tudo-e-a-todos discriminando "mauricinhos", "patricinhas", "crentes", etc. só porque o preconceito vem de uma dita minoria fora dos padrões, ele deixa de ser preconceito? tem dóóó!)


Arf, arf. Boa semana pra vocês!

quinta-feira, março 01, 2007

Profissão 24 Horas

Um dos novos vícios da minha mãe e do meu noivo é o maldito seriado 24 Horas da Fox. Eles já chegaram ao ponto de assistir oito capítulos seguidos, parando apenas pra comer e ir ao banheiro - se é que pararam alguma vez. Frases como "Jack Bauer é o cara", "Jack Bauer consegue qualquer coisa" e "Jack Bauer é o máximo" são repetidas diariamente na minha casa e ninguém, além dos dois, aguenta mais ouvir falar nessa porcaria.

Para tentar dissuadí-los do vício, já tentei desmerecer a série de todas as maneiras, explicando o quanto aquilo tudo é, na melhor das hipóteses, improvável, apontando furos no roteiro, chamando Jack Bauer de peidorreiro, mas nada surtia efeito.

Tudo mudou, no entanto, no dia em que abri a Vogue de Janeiro e li a Constanza Pascolato falando que uma das tendências do verão europeu é um revival dos anos 80. Diante daquela informação preciosa, meu cérebro se iluminou como a bunda de um vagalume e eu finalmente consegui construiur um argumento inquestionável: Jack Bauer pode até ser bom, mas não é NADA perto do gênio MacGyver!

Rááááááááááááááááá!