segunda-feira, março 19, 2007

Nem tudo passa

Um dos meus maiores traumas de infância era a famigerada hora do recreio. Não porque os coleguinhas me abusavam ou roubavam meu lanche. Aliás, se tinha uma coisa que ninguém queria era meu lanche...

É o seguinte, apesar de não admitirem, meus pais têm fortes tendências hippies e desde o tempo em que a alimentação saudável não existia, minha mãe já era encanada com isso. Aqui em casa sempre teve arroz integral, refrigerante foi proibido até os meus 10 anos (e só liberado pros fins de semana) e no mercado do mês eu e minha irmã só tinhamos direito a escolher uma guloseima junkie.

Voltando ao pátio da escola, enquanto todos os meus colegas se deliciavam com salgadinhos cheetos, pizzas, pirulitos, empadinhas, balas, pãezinhos, brigadeiros, coxinhas, meu lanche era uma caixinha de uva passa. Uva passa! Uva paaaaaaaaaaaassa!!!!!!!!!!!!!!!!

Mas por incrível que pareça esse não é um post de revolta, é de agradecimento. Graças aos hábitos alimentares semi-naturebas que mamãe me impôs, tenho um intestino exemplar que funciona de duas a três vezes por dia e nem imagino o que seja uma prisão de ventre. Parece pouco, mas quando falo isso pras pessoas que não fazem cocô, elas choram de inveja.

Ainda assim, eu odeio, odeio, ODEIO uva passa.