quarta-feira, dezembro 12, 2007

O diabo veste prada

Estou com esse texto na cabeça há um tempo, mas nunca venho postar. Vou aproveitar o lampejo de coragem antes que ele passe.

Não são novas críticas ao mundo da moda pela homogenização e estabelecimento de padrões "inalcançáveis" para a beleza feminina. Concordo em parte - de fato, o high fashion pede mulheres altas e magérrimas (IMC 17 pra baixo) como cabide. Por outro lado, essa afirmação não poderia ser mais falsa.

Para provar meu ponto, convido meus leitores (huuu) a uma breve visita à lista das 50 tops do momento no models.com. Com exceção da longelinearidade, qual o outro padrão ali? Sinceramente, não vejo nenhum. Em se tratando de etnia, temos da azul à transparente, passando pelas racialmente confusas. E enquanto algumas são verdadeiras bonecas, outras são, na minha humilde opinião, bastante feias.

Meu ponto é: o high fashion padroniza alturas e pesos, sim, mas etnias e rostos, nunca. Ao contrário das modelos "comerciais" que aparecem nas propagandas de colgate e sempre livre, as moças que desfilam para Chanel, Prada e Balenciaga não precisam ter um rosto específico, mas uma presença, um brilho, uma capacidade de conexão com a platéia e a câmera que só as grandes modelos têm.

Em resumo, a alta-costura não trata de beleza, mas de belezas. Nesse sentido, faz o opost do que é acusada: considera belo aquilo para o qual o resto do mundo torce o nariz.

p.s.: Raquel Zimmermman em primeiro lugar!!! Bora Baêa, minha porra!!!