domingo, julho 30, 2006

Querido(a),

Não sei se você vai chegar a nascer, mas resolvi te escrever enquanto você existe. Espero que sua mãe não tenha acesso a esta carta (a última coisa de que ela precisa agora é de mais pressão).

Em primeiro lugar, quero deixar claro que te admiro. Você se construiu, apesar do anti-concepcional, e resistiu à pílula do dia seguinte que ela tomou algumas semanas depois sem saber da sua existência. Talvez isso te traga seqüelas, mas, ainda assim, me encanta a sua persistência.

Seu pai... Ah, esse está nas nuvens! Quer muito que você venha. Até pesquisou preço de fralda, acredita? Já sua mãe está angustiada e confusa. Também pudera, não importa a decisão que ela tomar, em algum momento da vida, vai se sentir culpada. É o tipo de situação em que não dá pra deixar de imaginar o que aconteceria se se tivesse feito o contrário. Espero que você a compreenda e perdoe, independente do que ela escolher.

Enfim, pessoa (ou quase isso), essa conversa toda é só pra dizer que, apesar do meu discurso neutro, eu vou torcer por você. Segredo, tá?

Amor da tia,


Lena

p.s.: Aos desesperados, Marina não tá grávida! =p