segunda-feira, julho 17, 2006

Minha avó

Como esse é um blog muito família, continuarei subindo a minha árvore genealógica. Hoje, falarei da mãe do meu pai, já que ele foi assunto do post passado.

Minha avó Esther era diabética e morreu quando eu ainda era muito criança (acho que não tinha nem 5 anos). Segundo me dizem, era uma mulher muito forte e imponente. Mas a Dona Esther que eu tive a oportunidade de conhecer era uma senhora muito frágil - um rosto deformado pela doença e um corpo magro que nunca saía da cama.

Provavelmente por minha vasta experiência com injeções (tomava uma por semana nessa época), eu acreditava que era minha função segurar sua mão e confortá-la enquanto ela tomava suas doses de insulina. E sempre que sabia que era hora do remédio, interrompia o que estivesse fazendo para explicar a minha avó que era só uma formiguinha, que não ia doer nada e que ela tinha que tomar a injeção para ficar boa...

Há dois dias atrás, meu pai se lembrou que um dos últimos comentários da minha avó em vida foi sobre mim. Ela disse que eu era uma pessoa muito boa e fez referência ao meu hábito de segurar sua mão.

E vocês não têm idéia do quanto é importante pra mim saber que a minha avó me via, me ouvia e me achava uma pessoa muito boa. Embora eu ainda nem fosse uma pessoa. E ela já fosse cada vez menos minha avó.