Perigo na Estrada
Cheguei hoje de Campina Grande. Foi ótimo conhecer melhor o meu Nordestão... mas eu conto mais detalhes sobre a viagem outra hora. Agora eu preciso falar sobre a noite passada: a noite em que dormi com meu namorado, minha sogra e meu cunhado de 10 anos num motel.
Ao invés de fazer a viagem Salvador/Campina Grande num só dia como de costume, resolvemos dar uma parada em Toritama, a terra do jeans. Fomos, então, para Maceió jantar e passar a noite.
Depois de um arrumadinho, macaxeira frita e alguns bolinhos de bacalhau, saímos em busca de uma pousada. As que não estavam lotadas queriam cobrar $100 por um quarto. Como tínhamos torrado todo o nosso dinheiro na terra do jeans, recorremos a uma solução mais econômica: pernoitar num motel. Após algumas horas rodando em círculos no pequeno labirinto que é a capital de Alagoas, encontramos um motel.
Meu namorado, sempre canguinha, quase deu gritinhos de felicidade quando soube que o quarto com ar condicionado estava $20. Eu, de minha parte, não fui muito com a cara do lugar e fiquei ainda mais assustada quando soube do preço. Mas a verdade é que eu estava tão cansada que não tinha forças pra me opor.
Ao chegarmos nos quartos, comecei a perceber que $20 era um preço abusivo. O colchão era um sofá velho, daqueles revestidos de couro falso, coberto por um lençol fino. Os travesseiros eram do mesmo material. O banheiro, sem porta, estava sujo e o chuveiro era uma bica.
Fui ajudar minha sogra a levar as malas para o quarto dela. Assim que entramos, vimos que a TV estava ligada e exibia um filme pesadíssimo. Para impedir meu pobre cunhado de assistir aquela cena grotesca, corremos as duas para tentar desligar a TV. Detalhe: ela tem 1,49m, eu, 1,58m e a TV estava no alto da parede. Entre pulos e risos, conseguimos desligar o aparelho.
Voltei para o meu quarto, quando de repente ouço um choro de criança. Era meu cunhado que tinha se assustado com a pressa em desligar a TV e estava com medo do lugar. Pedia aos soluços pra sair dali. Eu tinha o mesmo desejo, mas, mais uma vez, fiquei quieta.
Acalmada a criança, fui checar a temperatura da água da bica. Gélida. Desisti de tomar banho. Deitamos eu e Jureba que, exaurido pela viagem e por problemas da família, não conseguia dormir. Eu estava com muito sono, mas infelizmente as pulgas não me deram trégua. De meia em meia hora eu acordava pra me coçar e rir da situação.
Às três da manhã, desisti de tentar dormir. Jureba, que não tinha pregado o olho, determinou que era hora de seguir viagem. Como não é difícil de imaginar, minha sogra e meu cunhado também estavam acordados: ela com medo de ser presa por pedofilia e ele com medo do filme pornô. Ás 3:20 estávamos os quatro zumbis no carro de volta a Salvador.
Moral da história: quando for pernoitar numa cidade que não conhece, nunca deixe a escolha do lugar nas mãos do seu namorado mão-de-vaca. Agora deixa eu ir procurar o shampoo do cachorro antes que eu infeste a casa...
Cheguei hoje de Campina Grande. Foi ótimo conhecer melhor o meu Nordestão... mas eu conto mais detalhes sobre a viagem outra hora. Agora eu preciso falar sobre a noite passada: a noite em que dormi com meu namorado, minha sogra e meu cunhado de 10 anos num motel.
Ao invés de fazer a viagem Salvador/Campina Grande num só dia como de costume, resolvemos dar uma parada em Toritama, a terra do jeans. Fomos, então, para Maceió jantar e passar a noite.
Depois de um arrumadinho, macaxeira frita e alguns bolinhos de bacalhau, saímos em busca de uma pousada. As que não estavam lotadas queriam cobrar $100 por um quarto. Como tínhamos torrado todo o nosso dinheiro na terra do jeans, recorremos a uma solução mais econômica: pernoitar num motel. Após algumas horas rodando em círculos no pequeno labirinto que é a capital de Alagoas, encontramos um motel.
Meu namorado, sempre canguinha, quase deu gritinhos de felicidade quando soube que o quarto com ar condicionado estava $20. Eu, de minha parte, não fui muito com a cara do lugar e fiquei ainda mais assustada quando soube do preço. Mas a verdade é que eu estava tão cansada que não tinha forças pra me opor.
Ao chegarmos nos quartos, comecei a perceber que $20 era um preço abusivo. O colchão era um sofá velho, daqueles revestidos de couro falso, coberto por um lençol fino. Os travesseiros eram do mesmo material. O banheiro, sem porta, estava sujo e o chuveiro era uma bica.
Fui ajudar minha sogra a levar as malas para o quarto dela. Assim que entramos, vimos que a TV estava ligada e exibia um filme pesadíssimo. Para impedir meu pobre cunhado de assistir aquela cena grotesca, corremos as duas para tentar desligar a TV. Detalhe: ela tem 1,49m, eu, 1,58m e a TV estava no alto da parede. Entre pulos e risos, conseguimos desligar o aparelho.
Voltei para o meu quarto, quando de repente ouço um choro de criança. Era meu cunhado que tinha se assustado com a pressa em desligar a TV e estava com medo do lugar. Pedia aos soluços pra sair dali. Eu tinha o mesmo desejo, mas, mais uma vez, fiquei quieta.
Acalmada a criança, fui checar a temperatura da água da bica. Gélida. Desisti de tomar banho. Deitamos eu e Jureba que, exaurido pela viagem e por problemas da família, não conseguia dormir. Eu estava com muito sono, mas infelizmente as pulgas não me deram trégua. De meia em meia hora eu acordava pra me coçar e rir da situação.
Às três da manhã, desisti de tentar dormir. Jureba, que não tinha pregado o olho, determinou que era hora de seguir viagem. Como não é difícil de imaginar, minha sogra e meu cunhado também estavam acordados: ela com medo de ser presa por pedofilia e ele com medo do filme pornô. Ás 3:20 estávamos os quatro zumbis no carro de volta a Salvador.
Moral da história: quando for pernoitar numa cidade que não conhece, nunca deixe a escolha do lugar nas mãos do seu namorado mão-de-vaca. Agora deixa eu ir procurar o shampoo do cachorro antes que eu infeste a casa...