terça-feira, março 02, 2004

Sábado passado, estava almoçando com a minha família quando começamos a conversar sobre a moda do "politicamente correto". O ápice da confusão veio quando o meu pai disparou: "você pode até esganar um cego, mas tem que chamar ele de deficiente visual". Na verdade, ele estava muito errado. Não é politicamente correto chamar um deficiente de "deficiente", agora o termo é "pessoa com capacidades especiais" (sic).

É um poço de hipocrisia. Ao invés de pregarem o respeito e a igualdade entre os homens, as cabeças pensantes do nosso planeta inventam palavras bonitas para apontar as diferenças. Uma grande perda de tempo. A dignidade de um ser humano não está no seu nome, nem no jeito como ele é chamado. Ela está na maneira como ele é tratado e acolhido pela sociedade.

Esse assunto me faz pensar em George Bush dando um beijo no rosto do Alexandre Pires, no dia em que o dito cujo assassinou "Garota de Ipanema" em plena Casa Branca. O Bush Júnior é de uma família super racista e conservadora. A única pessoa que ele deve ter beijado na vida antes do Alexandre, foi a própria mãe e por acidente. Mas como a festa era para os latinos erradicados nos EUA, que também têm direito ao voto, ele resolveu ser mais 'caliente' e tascou um beijo no negão. Opa, desculpem, afro-brasileiro. Imagino o Bush conversando com os amigos mais íntimos rindo daquela cena, falando de quanto nojo ele sentiu por estar próximo de outro homem - afinal, ele é muito macho - que, além de tudo, é negro e latino. É um retrato do comportamento politicamente correto e sem o menor caráter.

Morte a essa terminologia hipócrita que não passa de um paleativo. O que eu, você e todo o resto do mundo queremos é respeito.