quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Antes de começar o post, é bom deixar claro que eu não tenho nada contra o carnaval. Já fui uma grande entusiasta e foliã assídua, mas os abadás foram ficando caros, eu fui ficando pobre, a idade foi chegando e o hoje o meu carnaval é puramente indoors, curtindo o feriado com o meu namoradinho.

Apesar da reclusão, mesmo que eu quisesse fingir que a festa popular mais esperada de Salvador não existe, não conseguiria. Moro a apenas alguns metros dela. Ouço, vejo e sinto uma pequena parte da folia e acabo tendo que participar, de uma forma ou de outra (quer saber o trio que está passando na frente dos hotéis em Ondina? é só me ligar!). Além do mais, sou uma grande viciada em internet e a página principal do Terra se encarrega de me contar tudo que eu não descubro pelos ruídos.

Como observadora e crítica no carnaval, acordei me sentindo no direito de fazer um post só para mandar Daniela Mercury e Björk para a puta que as pariu. Perdão pelo palavreado, mas o ódio é grande, hehehe.

A Daniela Mercury, proclamada pela imprensa há 500 anos atrás a rainha do carnaval, é uma das pessoas mais arrogantes de que já se teve notícia nessa cidade. E olha que nós temos experiência no assunto. Logo no primeiro ano em que ela resolveu misturar axé com música eletrônica, o Brasil inteiro fez o maior alarde. Foi MTV, Video Show, o diabo, todo mundo falando bem da criatividade da cantora. Eu aposto que todo mundo que falou bem não teve o prazer de ficar 5 minutos ouvindo a música "axé-techno" que ela fez. Acreditem, amigos, eu estava lá e todos que estavam lá comigo ficaram com cara de parede ouvindo uma música chata, sem nexo e totalmente desestimulante. Imaginem alguém com uma batida putz putz gravada tentando cantar músicas de axé por cima. Foi isso. E ela ainda teve a coragem de ir na Marília Gabriela dizer que a música não empolgou porque o povo baiano não estava preparado para inovações musicais.

E agora a Björk, na verdade, o marido dela. O cara gasta um dinheiro lerdo fazendo um trio "experimental". Nem vou falar mal da música porque eu não ouvi, mas soube que também não empolgou. Mas o que todo mundo deve ter lido em algum lugar foi que no trio dele haviam coreografias eróticas, incluindo algumas que simulavam sexo e masturbação. Agora, lá vem o filho de uma puta de lá dos Estados Unidos filmar essa merda pra mostrar pro mundo todo e dizer que o carnaval de Salvador é isso. Um monte de gente fodendo em cima do trio. Não é isso não, meu senhor. Carnaval tem muito sexo, sim. Mas no beco, no quarto, no motel. Em cima do trio é música e algumas mulheres rebolando. Sexo, lá em cima, ninguém faz.

Cara, inovações no carnaval de Salvador acontecem o tempo todo! A festa não é, nunca foi, nem será fixa e imutável. Agora, esse bando de palhaço que quer aproveitar a chance de aparecer às custas de uma festa popular, faz um monte de merda em cima de um caminhão e ainda vem dizer que o povo que não gostou é ignorante, devia ir mesmo pra puta que pariu. E tenho dito.